Ações da Nvidia caem enquanto a China abre investigação antitruste
A Nvidia está no centro de uma investigação antitruste conduzida pelas autoridades chinesas, que visa avaliar práticas comerciais da empresa, como a precificação de seus processadores gráficos, e possíveis acordos que restrinjam a concorrência local no setor de IA. Esse movimento resultou em uma queda de 2,55% nas ações da empresa em 9 de dezembro.
A investigação ocorre em meio às crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China, com implicações para o futuro da gigante dos semicondutores. Em 2025, as autoridades chinesas planejam afrouxar a política monetária e aumentar os gastos públicos.
Analistas sugerem que a Nvidia está no epicentro da disputa tecnológica entre as duas potências. No contexto dessa "guerra dos chips", os EUA impuseram restrições à exportação de componentes semicondutores essenciais para 140 empresas chinesas, como GPUs e ASICs, usados em aplicações de inteligência artificial e supercomputação, com o objetivo de limitar o desenvolvimento da China nessas áreas. A estratégia visa conter o avanço da China no setor de semicondutores e desacelerar seu progresso em inteligência artificial. Em resposta, Pequim também impôs restrições à exportação de metais estratégicos.
Vale destacar que, apesar dos desafios, a Nvidia se tornou a empresa mais valiosa do mundo em 2023, com o preço de suas ações disparando quase dez vezes desde o final de 2022. Essa ascensão foi impulsionada pelo lançamento do ChatGPT pela OpenAI, grande usuária dos processadores gráficos da Nvidia, e pelo início da popularização da IA generativa. Contudo, a crescente dominância da empresa gerou um aumento no escrutínio antitruste, especialmente nos EUA, onde autoridades afirmam que nenhuma empresa deve controlar o futuro da inteligência artificial global. Analistas alertam que essa centralização de poder pode criar um precedente perigoso e gerar riscos econômicos significativos para o mercado global.