China: Países do BRICS não estão interessados em “confronto de blocos”
As autoridades chinesas não pretendem entrar em conflito com a Casa Branca. Pelo contrário, seu objetivo é preservar relações amistosas, uma postura compartilhada pelas nações do BRICS.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, a aliança não possui uma agenda antiamericana. O grupo reafirma que seu foco está em metas como “desenvolvimento e prosperidade comuns”, e não em confrontar os Estados Unidos. “As nações do BRICS defendem a abertura e a inclusão”, afirmou Lin Jian, porta-voz do ministério.
Para reforçar essa posição, Pequim destacou sua disposição de colaborar estreitamente com os parceiros do BRICS, aprofundando a cooperação em diversos setores. Essa declaração veio como resposta à ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 100% sobre produtos de países que apoiem uma diminuição no uso do dólar em transações internacionais.
Na semana passada, Trump publicou em sua plataforma de mídia social, Truth Social, que Washington aplicaria essa tarifa punitiva se os membros do BRICS tentassem criar uma moeda alternativa ao dólar ou abandonar sua utilização. Suas declarações provocaram reações diversas no bloco.
O Ministério da Fazenda do Brasil classificou a ameaça como “sem sentido e provocativa”, enfatizando que, uma vez no cargo, Trump terá de lidar com as complexidades da economia global. Já os diplomatas sul-africanos reiteraram que o objetivo do BRICS não é criar uma moeda rival ao dólar, mas aumentar a utilização de moedas locais nas transações entre os membros.
As autoridades sul-africanas também criticaram a repercussão exagerada em torno de uma suposta disputa cambial contra o dólar americano. Segundo elas, essa narrativa baseia-se em interpretações distorcidas e sensacionalistas de declarações oficiais do bloco.